Quem nunca entrou em chats não sabe o que é a Internet.
Na época em que câmera digital era uma realidade distante, o Bate-papo Uol era prestigiado por todo tipo de gente jovem, rica e bonita - afinal, mentir era possível (e era uma das partes mais legais)!
Quando eu era moleque, entrávamos em bando quando tínhamos oportunidade (porque Internet banda larga também era uma realidade distante); eram uns quatro ou cinco moleques se passando por loiros de olhos claros, dando ideia nas meninas que, provavelmente, também eram o oposto do que diziam ser.
Hoje, com as facilidades tecnológicas, conhecer alguém virtualmente perdeu parte do encanto. Nos primeiros minutos de conversa, webcams são abertas, fotos são enviadas, perfis em redes sociais são trocados. Não dá mais para manter a mentira sobre a aparência física por muito tempo; não há desculpa para não se mostrar.
Por sorte, existem sites que tomam proveito da atual "imposição visual" - e pessoas que estão dispostas a gastar tempo com eles, mostrando e/ou assistindo!
Omegle e Chatroulette são bons exemplos disso: basicamente, os chats proporcionam conversas privadas entre você e uma pessoa aleatória de qualquer lugar do mundo; a opção de habilitar webcam e microfone são disponibilizadas, e a ideia é que as pessoas usem esses artifícios - somados ao campo de digitação - para se comunicarem.
Se não gostar da imagem que aparece na webcam alheia, é só trocar de pessoa. E nem adianta tentar escolher outra pessoa se baseando no papo, porque raras são as pessoas que conversam. A maioria dos usuários troca de pessoa até aparecer alguma mulher mostrando os peitos (a propósito, o número de caras se punhetando nesses sites é imenso).
Já entrei algumas vezes com os caras da república, pra zoar um pouco. No começo é legal, mas as pessoas trocam tão rápido de conversa, que se torna cansativo.
Mesmo assim, já aconteceu de render papo com gringos, aparecer alguma mina que troca ideia, ou só rir das bizarrices que aparecem por lá... Vale meia hora para conhecer.
Mas para quem não tem paciência de girar a roleta até encontrar quem valha ser visto, fica a opção do Cam4. O site é uma espécie de rede social, no qual o usuário se cadastra, preenche um perfil e sai fazendo amigos - o diferencial é que o site vive de transmissões eróticas de todo tipo de gente, de todo tipo de lugar. São milhares de pessoas que ligam suas câmeras e microfones para exibirem seus corpos. Mulheres, homens, trans, héteros, gays, casais, orgias... Todos sendo vistos por qualquer um que acessar o site (para assistir às exibições, não é necessário cadastro). É só procurar um pouco que logo se encontra alguém interessante; e a possibilidade de interagir com os performes torna as coisas mais íntimas e, portanto, mais excitantes.
Só que se engana quem pensa que essas pessoas fazem isso apenas pelo tesão do exibicionismo! É possível ganhar dinheiro (e muito) se exibindo! Quando digo que o site vive de transmissões, é porque ele realmente vive disso! Para cada moeda que o performer recebe, o voyeur paga o dobro pro site - mas isso realmente não importa muito pra quem está disposto a pagar pros outros realizarem seus desejos.
E entre tantas opções de gente exibindo e gente assistindo, chegamos no maravilhoso mundo da pornografia!
O pornô amador tem um público muito grande e muito fiel. Conheço caras que não trocam uma super produção por um vídeo de baixa qualidade. O lance é a realidade, saber que aquilo é mais próximo dele próprio (nem todo mundo está nos padrões físicos da industria pornográfica).
Mas também tem o lado de observador, de espião. Para alguns, melhor que uma transa de namorados (que filmaram e decidiram compartilhar com o mundo), só mesmo os materiais conhecidos por "caiu na net".
São casos de pessoas que não esperavam causar ereções em tarados virtuais, mas depois de uma hackeada no pc, celular roubado cheio de fotos indecentes, ou trapaças das mais sujas, caem na net e fazem a alegria de punheteiros dos mais diversos escalões.
Um dos casos mais famosos é da encaixadinha da Cicarelli na praia - tão famoso, aliás, que muita gente comentava sobre e nem tinha assistido o vídeo - como era o caso meu e dos caras aqui. Certo dia o assunto entrou na roda, e um de cada vez foi dizendo que nunca tinha visto. No fim, pela curiosidade, procuramos na net e assistimos.
O lance mais legal de chats (e pornô amador, na medida do possível) é que dá para curtir entre amigos. A carga despretensiosa evita certos constrangimentos, e a situação, mesmo que tenda para a putaria, não passa de grande zoeira.
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