domingo, 16 de setembro de 2012

O Galo ao Lado

Tal qual o galo que levanta antes de todos, é natural que o pênis já esteja em pé antes do homem acordar... Diferente do que a maioria pensa, isso não está associado apenas aos sonhos eróticos ou à bexiga cheia.
Através de um mecanismo cerebral, o sangue é bombado a fim de oxigenar o órgão - são as chamadas "ereções fisiológicas".
Ocorrendo de três a cinco vezes por noite, o homem pode passar 20% do sono ereto.
É orgânico, é fisiológico, é automático... Mas e quando não é com você?

Vez ou outra eu estico a noite e acabo dormindo em outras repúblicas - e sempre de cueca.
Além da agonia de dormir de calça, a liberdade entre amigos me permite isso. Mas dependendo do estado em que acordo, procuro evitar constrangimento pros outros - não que eu não me orgulhe do vigor da minha virilidade, mas os caras não precisam começar o dia com essa visão.

É bom dar aquela espreguiçada ao acordar e sentir todos os membros respondendo. Se a vontade de mijar não for tão grande, rolar um pouquinho na cama com esse tesão um tanto inocente faz tirar um suspiro de contentamento do sujeito. E se existir alguém por perto enquanto você se encontra nessa situação, é de bom tom esperar o galo parar de cantar antes de sair desfilando o poleiro.
Eu acredito que a maioria de nós esteja acostumado com a condição matinal, e que em uma dessas manhãs teve que enrolar um tempo antes de sair da cama, ou saiu disfarçando com a camiseta.

Pois então que, em um desses dias de vivência em república, eu precisei bater na porta do quarto ao lado. Era cedo, mas era urgente: tive que acordar o cara; ele abriu a porta de pijama - e de pau duro.
Por mais que seja uma coisa normal para todo homem, foi a primeira e única vez que presenciei tal fato dentro de calças alheias - e se já não fosse estranho o suficiente, ele não usava cueca por baixo delas.

A primeira reação foi de espanto (porra, o cara tá armado!), seguida de perturbação (porra, ele tá de pica dura, sem cueca, e falando comigo!); então veio a dúvida (porra, quando ele vai perceber que a pistola dele tá mirando num inocente?) e mais dúvida (porra, será que eu preciso informar pra ele o que tá acontecendo?), e enquanto as reações se desencadeavam, mecanicamente uma  rápida comparação acontecia (é...  pelo menos o meu é maior...).

O diálogo se deu de forma curta, uma vez que eu estava atonitamente inerte, pensando em alguma ação apropriada para o que ocorria. Logo a porta foi fechada e eu carreguei o desconforto durante o dia.

Eu nunca soube se ele teve ciência em algum instante - antes, durante ou depois - de que seu pinto queria cacarejar enquanto trocávamos algumas palavras; moramos juntos por pouco tempo e não éramos tão íntimos. Mas esse mesmo cara é autor de muitas situações comicamente embaraçosas que poderão vir a se tornar presentes aqui no OCdR.

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